(Publicado em O Barriga Verde On Line de 06 de Janeiro de 2009 - http://www.obv.com.br/)
Ciência e religião se excluem ou se complementam? MEC se posiciona contra o criacionismo em aula de ciências, mas Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional incentiva o ensino comparativo e crítico
Destacado entre os maiores gênios, de todos os tempos, trouxe contribuições importantíssimas para a Matemática, Óptica, Física e Astronomia. Ao mesmo tempo em que escreveu Princípios Matemáticos da Filosofia Natural escreveu também Observações sobre as Profecias de Daniel e de Apocalipse de São João.
Este é Isaac Newton, indicado à presidência da Sociedade Real e primeiro cientista a receber da Coroa Inglesa o título de Cavaleiro, passando a se chamar Sir Isaac Newton. Naquela época, séculos XVII e XVIII, estudando o livro bíblico de Daniel, mais especificamente o capítulo 12:4, em que o profeta fazia uma previsão quanto ao avanço da ciência, concluiu que em um futuro distante aconteceria algo inimaginável ao seu tempo, ou seja, carros andariam a mais de 80 km por hora.Sobre isso, o filósofo iluminista Voltarie, disse a respeito de Newton: "Ao ficar velho e caduco, Newton, que fez descobertas admiráveis como a da gravidade, começou a estudar a Bíblia e fazer previsões fabulosas baseado na fé. Olhem que absurdo, ele diz que devemos acreditar que o conhecimento humano aumentará a ponto de sermos capazes de viajar a 80 km por hora. Isso é ridículo!" (Eles criam em Deus, 45).
O comentário de Voltaire, na ocasião, parecia lógico, mas hoje, verificamos que o conhecimento humano foi ainda muito além do que imaginava Newton. Outros grandes nomes como de Robert Boyle, considerado algumas vezes pai da Química (1627-1691); Blaise Pascal, matemático francês (1623-1662); Carlos Lineu, biólogo sueco (1707-1778); Nicolau Copérnico, astrônomo e matemático (1473-1543), entre outros, são de homens que contribuíram ricamente com a ciência sem, contudo, duvidarem da presença criativa de Deus na formação do mundo e do universo. O próprio Einstein declarou que quanto mais conhecia o universo mais tinha certeza da existência de Deus.
Será que a religião é o ópio do povo? Será que a religião e a ciência são tão opostas entre si ou seriam companheiras não tão estranhas? As divergências entre ciência e religião sempre levam à discussão de suas similaridades e diferenças e ao questionamento quanto à possibilidade de interação de ambas as linhas. Ciência e religião se excluem ou se complementam?
Recentemente, veículos de comunicação divulgaram a posição do MEC - Ministério da Educação a respeito do ensino do criacionismo em escolas no Brasil. O MEC declarou para a Folha de São Paulo que o modelo não deve ser apresentado em aulas de ciências como fazem alguns colégios privados, em geral confessionais. "A nossa posição é objetiva: criacionismo pode e deve ser discutido nas aulas de religião, como visão teológica, nunca nas aulas de ciências", afirmou à Folha, a secretária da Educação Básica do Ministério da Educação, Maria do Pilar.
O debate é constante e desafiador tanto para evolucionistas, que não se conformam com a abordagem da criação nas aulas de ciências, como para os criacionistas, classe inclusive, que conta com um número considerável de cientistas, ao contrário do que muitos pensam.
Mas, se o criacionismo conta com o apoio de parte dos cientistas, fica claro que o problema central desta questão não está na exploração dos fatos, mas sim na interpretação deles. Além disso, a maioria das pessoas não conhece o suficiente para opinar sobre estes métodos em sala de aula, nem mesmo alguns pais sabem realmente o que cada uma das teorias propaga em essência.
À evolução atribui-se Darwin, mas poucos sabem que até mesmo cientistas evolucionistas descartam questões propostas pelo "pai" da seleção natural. Outro tema interessante e não divulgado é que há pontos controvertidos para os cientistas que buscam a chave da origem humana, como o relacionamento evolutivo entre os vários representantes entre si e com formas mais avançadas. Os paleontólogos evolucionistas já propuseram pelo menos seis modelos para explicarem esta relação (Origin and evolution of the genus Homo. Nature 355:783-790).
Uma descoberta atual sobre amebas gigantes foi destaque no jornal "The New York Times" em dezembro deste ano ainda (2008), porque as tais amebas criam sulcos que se parecem com os que são encontrados em fósseis datados de mais de 550 milhões de anos. Mas, de acordo com Mikhail Maltz, da Universidade do Texas e um dos pesquisadores da ameba gigante, muitos cientistas argumentam que organismos multicelulares que têm duas metades simétricas evoluíram antes da explosão câmbrica, há 542 milhões de anos.
Esta classe de cientistas acredita que os organismos complexos poderiam se deslocar de forma a deixar traços nos fósseis, mas as amebas são unicelulares, ou seja, não poderiam, mas deixaram os mesmos traços. "Isso complica as coisas para a teoria de lenta evolução no pré-cambriano", disse Maltz. E isso demonstra que a teoria evolucionista também apresenta dúvidas e questões mal esclarecidas.
Por outro lado, também não é divulgado que muitos criacionistas consideram algumas anotações evolucionistas. De acordo com Ariel A. Roth, mestre em Biologia e doutor em Zoologia pela Universidade de Michigan, com estudos adicionais em Geologia e Biologia radioativa pela Universidade da Califórnia e autor do livro Origens - relacionando a ciência com a Bíblia, os criacionistas concordam com alguns pontos evolucionistas, mas o que muda é a atribuição dada a estas duas teorias, pois os criacionistas atribuem a origem da vida a um Arquiteto - Deus, mas nem por isso deixam de observar fatores científicos que dizem respeito aos fósseis, ao DNA dos chimpanzés, à mudança de espécies (microevolução que justifica a biodiversidade), era glacial, coluna geológica, entre outros.
O dilúvio, por exemplo, visto pelos criacionistas como catástrofe universal, se baseia, segundo Roth, em evidências como: abundante atividade subaquática nos continentes, vastos depósitos sedimentares, ecossistemas incompletos, lacunas nas camadas sedimentares entre outros tópicos que têm levado segmentos de evolucionistas a reconsiderarem sua posição neste aspecto.
O evolucionismo diz que o criacionismo não tem fundamento empírico, enquanto que o criacionismo alega que os evolucionistas também se embasam na fé, uma vez que ela é indispensável para execução da ciência. Segundo Norbert Muller, professor de Química da Universidade de Purdue, a "ciência simplesmente não pode ser realizada sem a religião, porque o cientista deve ter fé nos pressupostos que tornam a ciência possível" (Muller - Scientists, face it! Science is compatible with religion).
A lista de prós e contras é longa, mas diante do que tem sido exposto chega-se à conclusão de que o conhecimento deve ser democrático. Uma vez que criacionismo e evolucionismo são teorias, os dois modelos devem ser apresentados, pois só com a possibilidade de interpretações e mente aberta se chega à verdade. As maiores descobertas humanas sempre encontram resistência inicial, justamente por estarem fora do que é convencional.
Evolucionismo e criacionismo são pontos de vista para o grande mistério da origem da vida, com a diferença de que o primeiro foi adotado convencionalmente como modelo. A impressão que se tem é que o evolucionismo se tornou uma filosofia, estilo de fazer ciência, defendido com a mesma proporção e rigor fundamentalista de religiões, ao passo que a contribuição científica e verificável de criacionistas sérios e comprometidos com o crescimento da humanidade são desconsiderados, simplesmente, porque se trata de homens que crêem simultaneamente em Deus, como se isso fosse um pecado fatal, sem perdão, na cartilha da ciência.
O que deve ser mostrado em sala de aula são os pontos fortes e fracos de cada uma, assim como acontece em escolas privadas confessionais. Exemplo disso é a Rede de Educação Adventista. E quem poderá dizer que os alunos desta rede, com mais de 5 mil unidades em todo o mundo, não são qualificados, afinal, o índice de aprovação nos vestibulares é alto. Loma Linda, Universidade Adventista da Califórnia, com cursos na área da saúde (Medicina, Odontologia, entre outros), é uma das mais renomadas do mundo, com um dos melhores hospitais para crianças com deficiências mentais. Além disso, Loma Linda é muito procurada por veículos de comunicação, por sua pesquisa na área de nutrição e vegetarianismo, vertente do discurso filosófico da Educação Adventista.
Escolas confessionais, por terem uma visão holística, são mais abertas nesta questão, ao contrário da maioria que adotou o evolucionismo e ponto final. "O que é atraso na educação? Dar oportunidade a duas visões ou fechar com uma apenas? Nosso compromisso é com a educação magna e educar é dar chances para novas descobertas. Nossos professores e nossas bibliotecas apresentam material suficiente para explanar tanto o evolucionismo como o criacionismo. Desta forma atendemos às determinações da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, apresentando ensino comparativo e crítico", destaca a diretora da rede de Educação Adventista para a região Sul de São Paulo, Maria Cristina Banhara.
Segundo Almiro Schulz, doutor em Pedagogia, no caso das universidades, elas têm por princípio a dúvida, que é a motivação para pesquisa, para novos conhecimentos; ela precisa estar disposta a fazer novas descobertas, mas não deve dogmatizar teorias, pois ao fazer isso, já se fecha e paralisa o conhecimento. "A questão se é viável ou não misturar fé e ciência, considerá-las como um binômio, que deve ser polarizado, ou que não deve, é complexo. Estudos mostram hoje que a espiritualidade é constituinte do ser humano, fala-se em inteligência cognitiva, emocional, moral e espiritual. Nesse caso, por que não?", diz.
E conclui: "No meu ver não é uma questão de ciência e fé, de conflito entre fé e ciência, mas, entre cientistas, teorias científicas e teólogos e concepções teológicas, entre cientistas e teólogos".
É preciso pensar mais a respeito da ciência que existe no criacionismo e da religião que existe no evolucionismo! Criacionismo é ciência? Evolucionismo é religião?
Para conhecer um pouco mais sobre o criacionismo:
Ariel A. Roth - Origens - relacionando a ciência com a Bíblia.
Rodrigo P. Silva - Eles criam em Deus.
Rodrigo P. Silva - Escavando a verdade - A arqueologia e as incríveis histórias da Bíblia.
Michelson Borges -A História da Vida
Michelson Borges - http://www.criacionismo.com.br/
Sociedade Criacionista Brasileira - http://www.scb.org.br/
Ø O corpo docente da rede Adventista de Educação conta com Geólogos, Biólogos, Médicos, Arqueólogos, Historiadores, entre outros profissionais de várias disciplinas que desempenham suas atividades normalmente, mesmo sendo criacionistas.
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
sábado, 15 de novembro de 2008
O Princípio José e a Crise Econômica
Por Carl Teichrib
Tradução: Eliézer Militão
NT - Este artigo foi publicado originalmente em inglês por Berit Kjos, no site www.crossroad.to, em outubro de 2008.
A confusão reina. A desorientação econômica parece ser a marca oficial de 2008. Os bancos não parecem saber o que fazer; políticos oferecem pacotes de estímulo que não estimulam; e em toda parte estrategistas financeiros e conselheiros proclamam que “vai melhorar” enquanto a cada semana que passa as coisas pioram. Todos sabem que se os mercados se desintegrarem completamente, se as moedas se despedaçarem na confusão, um monstro brutal – o Caos – aparecerá de debaixo da cama rugindo furiosamente enquanto a casa financeira pega fogo.
Observando os mercados e pensando nas possibilidades, duas frases interconectadas vêm à mente: Ordo ab chaos, e Crise é Igual a Oportunidade. Ordo ab Chaos é uma frase em latim e o moto da maçonaria do Trigésimo Terceiro Grau [1] e significa, “A Ordem vem do Caos.”
Esta expressão retrata uma mensagem simples. Do caos da crise extrema surge o momento em que todas as coisas são refeitas e a ordem é restaurada. Mas é preciso entender que só porque a ordem tenha sido restaurada, não significa que o mundo é o mesmo que era antes da catástrofe. Não será; não poderá ser.
Aqueles que perderam a casa em um incêndio sabem que eventualmente a organização volta à sua vida. Contudo, também é sabido que o seu mundo mudou para sempre; não é como era antes daquele dia fatídico. De igual modo, quando as chamas aparecerem em nossa enfumaçada casa financeira (em minha estimativa está apenas nos estágios iniciais), um novo edifício será introduzido quando o incêndio terminar. Mas não terá a mesma estrutura.
Algo mais deve ser considerado: a casa não precisa ser completamente demolida. Em algum ponto durante o incêndio, a casa pode ser fechada por algum tempo. Então, enquanto o mundo espera com a respiração suspensa, um novo prédio deverá ser revelado por trás da fumaça. Em nosso desejo por segurança o mundo deverá abandonar a velha casa e fugir para a nova, com uma estrutura aparentemente mais segura.
Isto é possível? Lembre-se Crise É Igual a Oportunidade e a Ordem virá após o caos.
Sem dúvida esta crise econômica – e o caos que se segue – apresentará a indivíduos e organizações as oportunidades que, de outro modo nunca seriam procuradas durante tempos de normalidade. É difícil não esperar nada diferente. Afinal, os bombeiros que estão agora tentando dominar as chamas são as mesmas pessoas que atearam o fogo.
A manipulação das calamidades, sejam naturais ou provocadas pelo homem, para recriar a sociedade ou a nação não é novidade. Estas ações podem ser traçadas desde os tempos bíblicos.
Antes de prosseguir, eu seria negligente se não fizesse nota do seguinte: Reconheço que para muitos, o personagem bíblico que usarei como exemplo tem sido visto muitas vezes como uma pessoa que cometeu alguns erros. Contudo, ele tem sido visto historicamente como uma figura admirável e para alguns, o precursor do Messias. Mas dois fatos precisam ser considerados. Primeiro, a Bíblia não ignora ou condena essas táticas do indivíduo; ela apenas descreve a situação como aconteceu. Segundo, o indivíduo em questão foi de todo modo humano. Ou seja, ele fez coisas em sua vida que foram louváveis e profanas, benevolentes e dúbias.
Como eu sei disso, uma vez que a Bíblia nunca menciona diretamente nenhuma de suas faltas? Simplesmente porquê ele era um homem.
José, o herói da última sessão do Gênesis, provê um exemplo marcante do uso da “crise econômica” para mudar uma nação inteira. De modo interessante, os estudantes da Bíblia têm por longo tempo deixado de ver suas táticas políticas de especulação financeira – um instrumento usado para alterar a cultura enquanto consolida a riqueza nas mãos da elite dominante. Como este é o exemplo mais antigo que encontrei relativamente à manipulação monetária para o ganho de poder, dei o nome de “O Princípio José.”
Nota de Berit: Como Carl Teichrib nos mostra, a atitude de José no meio de uma crise dada por Deus é uma espantosa ilustração do que está acontecendo hoje. Eu creio que Deus (quase quatro milênios atrás) levou seu fiel servo José a fazer escolhas que nosso todo-sábio Senhor usaria para realizar Seus propósito último: levar os israelitas ao Egito e estabelecê-los nos próximos séculos em uma área onde eles tivessem pouca liberdade para se misturar com os egípcios e adorarem seus ídolos. Protegidos da assimilação cultural, eles foram ensinados com a Verdade de Deus e desenvolveram sua identidade como Seu povo especial.
Deus ainda reina hoje, mesmo que estejamos nos movendo em direção a um crescente controle global. Ele não prometeu tornar a vida fácil para nós, mas Ele prometeu ser nosso Senhor e Pastor, nossa fortaleza e nossa força em meio a tudo isso!
Em Gênesis 47, José, o segundo em comando após o Faraó do Egito, advertido de uma fome iminente, armazenou grãos para ajudar as pessoas durante a crise. Quando a fome atingiu a terra, as pessoas vieram a José para comprar alimento. Uma simples transação foi feita; os cidadãos usaram a moeda nacional para adquirir o grão.
Nos versos 14 e 15 encontramos um desenvolvimento incomum. Após o grão ter sido comprado, José intencionalmente retém o dinheiro, impendindo que ele voltasse a circular na economia local. O resultado é previsivelmente catastrófico para o povo: Crise econômica.
De acordo com a versão King James, “o dinheiro falhou” (VS. 15), e na Nova Versão Internacional é dito que o “dinheiro acabou.” O Egito experimentou uma deflação intencional patrocinada pelo governo, no meio de uma calamidade natural. O dinheiro entrou em colapso.
Precisando comer, o que os cidadãos fizeram? Levaram a José seus rebanhos para trocar por grão (VS. 16-17). Como uma sociedade agrária, os rebanhos representavam a base industrial do povo. Desse modo, ao colocar este poder nas mãos do governo, a atividade comercial do povo estava efetivamente abolida.
Ao mencionar essa série de eventos aos outros, alguns me perguntaram: “Porque as pessoas simplesmente não comeram os animais ao invés de os trocarem por grãos?”
Refrigeração não existia. E enquanto as pessoas podiam secar alguma carne para uso durante longo tempo, o grão pode ter sido a fonte de comida mais valiosa e estável durante a seca. Agora as pessoas não tinham nem dinheiro nem rebanho; e um ano mais tarde eles estavam sem alimento.
Voltando a José, que obviamente tinha ao seu cargo os armazéns, as pessoas imploraram ao seu líder para aceitar sua terra e a eles próprios em troca de comida (VS. 18-19). A propriedade foi assim reunida pelo estado e os cidadãos se tornaram, literalmente, escravos em seu próprio país. (VS. 20-21). Na versão King James a linguagem vai mais além: José depopularizou as áreas rurais e moveu o povo para as cidades.
Esta é uma habilidosa estratégia de controle da população.
Uma vez que a riqueza da nação tinha sido reunida sob a bandeira do Faraó através das ações de José – a riqueza monetária, a base industrial, terra e produtividade, e as próprias pessoas como ganhos econômicos – José instituiu um novo sistema fazendário e de impostos (vs. 20-24). Como as pessoas responderam? Alegremente cederam o controle de suas riquezas, propriedade, e deles mesmos (abdicaram de sua liberdade) pela promessa de segurança ditada pelo estado.
Tenha em mente; tudo isso começou através de uma subversão do sistema monetário. A manipulação do dinheiro é, argumentativamente, o mais potente método – além da guerra – usado para rearranjar a estrutura da sociedade.
Estou sugerindo que nossa corrente crise será usada como manipulação monetária para reestruturar nosso mundo ocidental? As probabilidades são a favor disso. Considere o que o pai da economia moderna, John Maynard Keynes, tinha a dizer em 1919:
“Não há nenhuma sutileza, nenhum meio mais certo de sobrepujar a base existente da sociedade do que corromper a moeda.” – John Maynard Keynes, The Economic Consequences of the Peace, (1919), p. 236.
O modelo econômico de Keyines é o que temos estado a usar desde o fim da II Guerra Mundial. Grosseiramente falando, é a idéia de que os governos podem estimular a economia através do gerenciamento das taxas de interesse – o coração do crédito e do débito – programas de impostos, e outros programas de incentivo instituídos pelo estado. Ainda que a citação acima tenha sido focada primariamente para ações inflacionárias, a mesma conclusão poderia ser feita relativamente à manipulação monetária deflacionária.
Três outras citações vêm à mente, “A grande batalha da história tem sido pelo controle do dinheiro. É quase redundante afirmar que o controle da produção e distribuição do dinheiro é controlar a riqueza, recursos, e pessoas do mundo.” – Jack Weatherford, The History of Money (Crown Publishers, 1997), p. 246.
“O controle do dinheiro e crédito atinge o próprio coração da soberania nacional.” – A. W. Clausen [então presidente do Bank of America], em 1979, em uma entrevista com Freeman Digest, “Intenational Banking,” p. 21.
“...novos sistemas político-econômicos compreensivos através das pessoas quase sempre surgem de uma conquista ou de uma crise comum...” – A. W. Clausen, Freeman Digest, “International Banking,” p. 23.
As ligações entre as crises econômicas e as mudanças não podem ser ignoradas.
Durante meados dos anos setenta, uma “nova ordem econômica internacional” [2] foi proposta à luz dos crescentes custos da energia, desequilíbrio mundial das moedas, e outras sacudidas na economia global. O objetivo deste movimento – que emanou da Algéria e encontrou apoio através do Grupo dos Países Não Alinhados[3] – foi a mudança do capitalismo/sistema financeiro mundial orientado pelo ocidente em um modelo mais ao estilo socialista.
O Clube de Roma, um grupo de elite de líderes eminentes, também apoiou este esforço. Em 1976 ele encarnou o que esta “nova ordem econômica mundial” se pareceria. De acordo com o Clube, a composição social, política, cultural e econômica do mundo, precisaria estar realinhada sob um largo sistema de gerenciamento internacional. Isto incluía a promoção da integração monetária regional, a criação de uma agência Mundial do Tesouro, e poderes internacionais de criação de impostos – todos com o objetivo de progredir “para um sistema monetário global”.[4]
Como os cidadãos viriam a aceitar tais mudanças radicais? O Clube de Roma entendia o mecanismo histórico necessário: Crise. [5]
Ainda que a “nova ordem econômica internacional” se dividisse devido a desentendimentos nacionais entre os países que apoiavam a agenda (entre outros fatores), o princípio da “crise econômica” e a “mudança” nunca foi descartado. Avancemos um ano após a famosa queda da bolsa de 1987.
Em 9 de janeiro, de 1988, o The Economist publicou uma matéria de capa sobre uma moeda internacional proposta chamada Phoenix. Como o mítico pássaro de fogo que ressurge das cinzas da destruição, esta moeda internacional emergiria de igual modo do caos da crise. Como o artigo mencionava, seria necessário “algumas grandes mudanças na taxa de câmbio, mais umas poucas quedas da bolsa e provavelmente um ou dois colapsos” antes de os políticos aceitassem a Phoenix e cedessem o poder monetário a uma autoridade mais alta. O The Economist até sugeriu uma data de início: 2018.[6]
Olhando para a falta de gerenciamento monetário por parte dos governos, um problema que parece ser uma praga em cada estado-nação, o artigo sugeriu um rearranjamento radical: As tomadas de decisão ao nível dos países, sob a Phoenix, desapareceriam sob um banco central mundial.
“Não haveria uma tal coisa, por exemplo, como política monetária nacional. O suprimento mundial de Phoenix seria fixado por um novo banco central, descendendo, talves do FMI. A taxa de inflação mundial – estaria a seu cargo. Cada pais poderia usar impostos e gastos públicos para corrigir quedas temporárias da demanda, mas teria que pegar emprestado ao invés de imprimir dinheiro para financiar seu déficit orçamentário. Sem recorrer à taxa de inflação, governos e seus credores seriam forçados a julgar mais cuidadosamente seus planos de tomar emprestado e emprestar, do que o fazem hoje. Isso significa uma grande perda de soberania econômica, mas as tendências que tornam a Phoenix tão apelativas tiram a soberania em qualquer crise”.[7]
Mais recentemente Robert Mundell – o “pai do euro” – tem estado a viajar à volta do mundo fazendo palestras sobre a esperada criação de uma nova moeda internacional chamada DEY, uma combinação do dólar, euro e yen. A crise, Mundel compreendeu, abrirá esta porta.
“A reforma monetária internacional normalmente se tornará possível somente em resposta a uma necessidade sentida e à ameaça de uma crise global.”[8]
Este ganhador do Prêmio Nobel também apontou seu dedo para um possível evento intrigante, dizendo que “a crise global teria que envolver o dólar,” e que uma moeda mundial deveria ser vista como “uma contingência” para um desastre global do dólar.[9]
E Benn Seil, o Diretor de Economia Internacional do Conselho de Relaões Internacionais, sugeriu uma recriação do sistema financeiro mundial à volta de três moedas – o dólar Americano, Euro, e uma nova unidade monetária Asiática. Steil concluiu que o ponto de união para que isto se desenvolva seria uma maior avalanche envolvendo o dólar Americano.[10]
Crise, em relação às moedas regionais e mundiais, têm sido destacadas em duas edições anteriores da Forcing Change. Mas precisaria ser reiterado aqui. Por que? Porque hoje, durante todas as horas dos jornais, temos ouvido falar mais sobre a emergência financeira global.
E crise é igual a oportunidade.
Para além do óbvio, as riquezas serão perdidas e ganhas em uma base diária durante esta calamidade, alguns aspectos maiores deste quadro precisam ser brevemente considerados.
1. Veja como os cenários monetários regionais e mundiais se tornam gradativamente aceitáveis. Isto será igualmente mais evidente e mais estreitamente focalizado entre os acadêmicos e nos círculos financeiros. Contudo, você pode ver essas idéias em alguns editoriais de jornais e outros meios. De fato, ao nos aproximarmos de 2010, veja como a mídia de negócios começa a focalizar no bloco monetário que está se desenvolvendo na região do Golfo Pérsico.
2. Sugestões para reconstruir a casa financeira mundial. Na verdade, isto já está acontecendo. Considere o seguinte, retirado de uma divulgação recente das notícias da Bloomberg,
“O Primeiro Ministro Italiano Silvio Berlusconi disse que os governos deveriam fechar os mercados financeiros uma vez que o congelamento do crédito bate nos mercados e ameaça uma recessão global.´
“Uma vez que as igualdades sofreram sua pior semana desde os anos setenta, Berlusconi disse em Nápoles, Itália, que os mercados devem ser fechados enquanto os criadores de uma política reescrevem as regras internacionais das finanças.´
“As discussões foram reveladas enquanto os ministros das finanças e os diretores dos bancos centrais do Grupo dos Sete buscavam uma frente unida objetivando prevenir a crise. Entre as opções: Aumentar as taxas dos fundos nos bancos com perdas e garantir o empréstimo entre eles e seus depósitos.´
“´Não fazer nada não é uma opção neste estágio.´ O presidente do Bundersbank (banco central alemão) Axel Weber disse aos repórteres em Washington. A ministra das finanças francesa, Christine Lagarde disse ‘uma base coordenada é a única forma de reagir à situação.´
“Um corte sem precedente das taxas e um socorro aos bancos falharam em impedir o pânico nos mercados, colocando os governantes sob a pressão de injetar mais recursos financeiros hoje, ou arriscar exarcebar a turbulência econômica e financeira.´
“´A gravidade da situação atual está presente na mente e disposição dos governantes,´disse Charles Diebel, chefe das estratégias de taxas Europeias no Nomura International Plc, em Londres. ´ [11]
Mantenha seus olhos na Ásia, especialmente na China e Índia, bem como, na América do Sul e na região do Golfo Persa. Enquanto a riqueza e influência econômica diminuem nos mercados da América do Norte, outras partes do mundo com mais população vibrante irão crescer em poder.
Uma palavra final de encorajamento a respeito de José (Adicionado por Berit). No meio das rápidas mudanças de hoje, Deus continua no controle. Enquanto esta crise global nos impele para uma solução global pré-definida – um sistema econômico mundial que permite pouca liberdade para quem discorde – Deus usará os tempos difíceis à frente para Seus propósitos eternos, assim como Ele fez com José: Gênesis 50:15-21
Referências:
1. Albert G. Mackey, An Encyclopædia of Freemasonry, Volume 2, (Masonic History Company, 1917), p.537.2. Philip C. Bom, The Coming Century of Commonism: The Beauty and the Beast of Global Governance (Policy Books, 1992), pp.27-53.3. See, Reshaping the International Order: A Report to the Club of Rome (E.P. Dutton, 1976), p.4. The oil crisis and OPEC’s role in third-worldadvocacy played a monumental part in setting the stage for this movement. For more on this development, see Jean-Jacques Servan-Schreiber,The World Challenge (Simon and Schuster, 1980).4. Ibid, pp.126-134.5. Ibid, p.110.6. Cover story, “Get Ready for the Phoenix,” The Economist, January 9, 1988.7. Ibid.8. Robert Mundell, “A Decade Later: Asia New Responsibilities in the International Monetary System,” presentation given in Seoul, SouthKorea, May, 2-3, 2007.9. Ibid.10. Benn Steil, “The End of National Currency,” Foreign Affairs, May/June 2007.11. “Berlusconi Says Markets May Be Shut; G-7 Seeks United Remedy,” Bloomberg.com, October 10, 2008
Tradução: Eliézer Militão
NT - Este artigo foi publicado originalmente em inglês por Berit Kjos, no site www.crossroad.to, em outubro de 2008.
A confusão reina. A desorientação econômica parece ser a marca oficial de 2008. Os bancos não parecem saber o que fazer; políticos oferecem pacotes de estímulo que não estimulam; e em toda parte estrategistas financeiros e conselheiros proclamam que “vai melhorar” enquanto a cada semana que passa as coisas pioram. Todos sabem que se os mercados se desintegrarem completamente, se as moedas se despedaçarem na confusão, um monstro brutal – o Caos – aparecerá de debaixo da cama rugindo furiosamente enquanto a casa financeira pega fogo.
Observando os mercados e pensando nas possibilidades, duas frases interconectadas vêm à mente: Ordo ab chaos, e Crise é Igual a Oportunidade. Ordo ab Chaos é uma frase em latim e o moto da maçonaria do Trigésimo Terceiro Grau [1] e significa, “A Ordem vem do Caos.”
Esta expressão retrata uma mensagem simples. Do caos da crise extrema surge o momento em que todas as coisas são refeitas e a ordem é restaurada. Mas é preciso entender que só porque a ordem tenha sido restaurada, não significa que o mundo é o mesmo que era antes da catástrofe. Não será; não poderá ser.
Aqueles que perderam a casa em um incêndio sabem que eventualmente a organização volta à sua vida. Contudo, também é sabido que o seu mundo mudou para sempre; não é como era antes daquele dia fatídico. De igual modo, quando as chamas aparecerem em nossa enfumaçada casa financeira (em minha estimativa está apenas nos estágios iniciais), um novo edifício será introduzido quando o incêndio terminar. Mas não terá a mesma estrutura.
Algo mais deve ser considerado: a casa não precisa ser completamente demolida. Em algum ponto durante o incêndio, a casa pode ser fechada por algum tempo. Então, enquanto o mundo espera com a respiração suspensa, um novo prédio deverá ser revelado por trás da fumaça. Em nosso desejo por segurança o mundo deverá abandonar a velha casa e fugir para a nova, com uma estrutura aparentemente mais segura.
Isto é possível? Lembre-se Crise É Igual a Oportunidade e a Ordem virá após o caos.
Sem dúvida esta crise econômica – e o caos que se segue – apresentará a indivíduos e organizações as oportunidades que, de outro modo nunca seriam procuradas durante tempos de normalidade. É difícil não esperar nada diferente. Afinal, os bombeiros que estão agora tentando dominar as chamas são as mesmas pessoas que atearam o fogo.
A manipulação das calamidades, sejam naturais ou provocadas pelo homem, para recriar a sociedade ou a nação não é novidade. Estas ações podem ser traçadas desde os tempos bíblicos.
Antes de prosseguir, eu seria negligente se não fizesse nota do seguinte: Reconheço que para muitos, o personagem bíblico que usarei como exemplo tem sido visto muitas vezes como uma pessoa que cometeu alguns erros. Contudo, ele tem sido visto historicamente como uma figura admirável e para alguns, o precursor do Messias. Mas dois fatos precisam ser considerados. Primeiro, a Bíblia não ignora ou condena essas táticas do indivíduo; ela apenas descreve a situação como aconteceu. Segundo, o indivíduo em questão foi de todo modo humano. Ou seja, ele fez coisas em sua vida que foram louváveis e profanas, benevolentes e dúbias.
Como eu sei disso, uma vez que a Bíblia nunca menciona diretamente nenhuma de suas faltas? Simplesmente porquê ele era um homem.
José, o herói da última sessão do Gênesis, provê um exemplo marcante do uso da “crise econômica” para mudar uma nação inteira. De modo interessante, os estudantes da Bíblia têm por longo tempo deixado de ver suas táticas políticas de especulação financeira – um instrumento usado para alterar a cultura enquanto consolida a riqueza nas mãos da elite dominante. Como este é o exemplo mais antigo que encontrei relativamente à manipulação monetária para o ganho de poder, dei o nome de “O Princípio José.”
Nota de Berit: Como Carl Teichrib nos mostra, a atitude de José no meio de uma crise dada por Deus é uma espantosa ilustração do que está acontecendo hoje. Eu creio que Deus (quase quatro milênios atrás) levou seu fiel servo José a fazer escolhas que nosso todo-sábio Senhor usaria para realizar Seus propósito último: levar os israelitas ao Egito e estabelecê-los nos próximos séculos em uma área onde eles tivessem pouca liberdade para se misturar com os egípcios e adorarem seus ídolos. Protegidos da assimilação cultural, eles foram ensinados com a Verdade de Deus e desenvolveram sua identidade como Seu povo especial.
Deus ainda reina hoje, mesmo que estejamos nos movendo em direção a um crescente controle global. Ele não prometeu tornar a vida fácil para nós, mas Ele prometeu ser nosso Senhor e Pastor, nossa fortaleza e nossa força em meio a tudo isso!
Em Gênesis 47, José, o segundo em comando após o Faraó do Egito, advertido de uma fome iminente, armazenou grãos para ajudar as pessoas durante a crise. Quando a fome atingiu a terra, as pessoas vieram a José para comprar alimento. Uma simples transação foi feita; os cidadãos usaram a moeda nacional para adquirir o grão.
Nos versos 14 e 15 encontramos um desenvolvimento incomum. Após o grão ter sido comprado, José intencionalmente retém o dinheiro, impendindo que ele voltasse a circular na economia local. O resultado é previsivelmente catastrófico para o povo: Crise econômica.
De acordo com a versão King James, “o dinheiro falhou” (VS. 15), e na Nova Versão Internacional é dito que o “dinheiro acabou.” O Egito experimentou uma deflação intencional patrocinada pelo governo, no meio de uma calamidade natural. O dinheiro entrou em colapso.
Precisando comer, o que os cidadãos fizeram? Levaram a José seus rebanhos para trocar por grão (VS. 16-17). Como uma sociedade agrária, os rebanhos representavam a base industrial do povo. Desse modo, ao colocar este poder nas mãos do governo, a atividade comercial do povo estava efetivamente abolida.
Ao mencionar essa série de eventos aos outros, alguns me perguntaram: “Porque as pessoas simplesmente não comeram os animais ao invés de os trocarem por grãos?”
Refrigeração não existia. E enquanto as pessoas podiam secar alguma carne para uso durante longo tempo, o grão pode ter sido a fonte de comida mais valiosa e estável durante a seca. Agora as pessoas não tinham nem dinheiro nem rebanho; e um ano mais tarde eles estavam sem alimento.
Voltando a José, que obviamente tinha ao seu cargo os armazéns, as pessoas imploraram ao seu líder para aceitar sua terra e a eles próprios em troca de comida (VS. 18-19). A propriedade foi assim reunida pelo estado e os cidadãos se tornaram, literalmente, escravos em seu próprio país. (VS. 20-21). Na versão King James a linguagem vai mais além: José depopularizou as áreas rurais e moveu o povo para as cidades.
Esta é uma habilidosa estratégia de controle da população.
Uma vez que a riqueza da nação tinha sido reunida sob a bandeira do Faraó através das ações de José – a riqueza monetária, a base industrial, terra e produtividade, e as próprias pessoas como ganhos econômicos – José instituiu um novo sistema fazendário e de impostos (vs. 20-24). Como as pessoas responderam? Alegremente cederam o controle de suas riquezas, propriedade, e deles mesmos (abdicaram de sua liberdade) pela promessa de segurança ditada pelo estado.
Tenha em mente; tudo isso começou através de uma subversão do sistema monetário. A manipulação do dinheiro é, argumentativamente, o mais potente método – além da guerra – usado para rearranjar a estrutura da sociedade.
Estou sugerindo que nossa corrente crise será usada como manipulação monetária para reestruturar nosso mundo ocidental? As probabilidades são a favor disso. Considere o que o pai da economia moderna, John Maynard Keynes, tinha a dizer em 1919:
“Não há nenhuma sutileza, nenhum meio mais certo de sobrepujar a base existente da sociedade do que corromper a moeda.” – John Maynard Keynes, The Economic Consequences of the Peace, (1919), p. 236.
O modelo econômico de Keyines é o que temos estado a usar desde o fim da II Guerra Mundial. Grosseiramente falando, é a idéia de que os governos podem estimular a economia através do gerenciamento das taxas de interesse – o coração do crédito e do débito – programas de impostos, e outros programas de incentivo instituídos pelo estado. Ainda que a citação acima tenha sido focada primariamente para ações inflacionárias, a mesma conclusão poderia ser feita relativamente à manipulação monetária deflacionária.
Três outras citações vêm à mente, “A grande batalha da história tem sido pelo controle do dinheiro. É quase redundante afirmar que o controle da produção e distribuição do dinheiro é controlar a riqueza, recursos, e pessoas do mundo.” – Jack Weatherford, The History of Money (Crown Publishers, 1997), p. 246.
“O controle do dinheiro e crédito atinge o próprio coração da soberania nacional.” – A. W. Clausen [então presidente do Bank of America], em 1979, em uma entrevista com Freeman Digest, “Intenational Banking,” p. 21.
“...novos sistemas político-econômicos compreensivos através das pessoas quase sempre surgem de uma conquista ou de uma crise comum...” – A. W. Clausen, Freeman Digest, “International Banking,” p. 23.
As ligações entre as crises econômicas e as mudanças não podem ser ignoradas.
Durante meados dos anos setenta, uma “nova ordem econômica internacional” [2] foi proposta à luz dos crescentes custos da energia, desequilíbrio mundial das moedas, e outras sacudidas na economia global. O objetivo deste movimento – que emanou da Algéria e encontrou apoio através do Grupo dos Países Não Alinhados[3] – foi a mudança do capitalismo/sistema financeiro mundial orientado pelo ocidente em um modelo mais ao estilo socialista.
O Clube de Roma, um grupo de elite de líderes eminentes, também apoiou este esforço. Em 1976 ele encarnou o que esta “nova ordem econômica mundial” se pareceria. De acordo com o Clube, a composição social, política, cultural e econômica do mundo, precisaria estar realinhada sob um largo sistema de gerenciamento internacional. Isto incluía a promoção da integração monetária regional, a criação de uma agência Mundial do Tesouro, e poderes internacionais de criação de impostos – todos com o objetivo de progredir “para um sistema monetário global”.[4]
Como os cidadãos viriam a aceitar tais mudanças radicais? O Clube de Roma entendia o mecanismo histórico necessário: Crise. [5]
Ainda que a “nova ordem econômica internacional” se dividisse devido a desentendimentos nacionais entre os países que apoiavam a agenda (entre outros fatores), o princípio da “crise econômica” e a “mudança” nunca foi descartado. Avancemos um ano após a famosa queda da bolsa de 1987.
Em 9 de janeiro, de 1988, o The Economist publicou uma matéria de capa sobre uma moeda internacional proposta chamada Phoenix. Como o mítico pássaro de fogo que ressurge das cinzas da destruição, esta moeda internacional emergiria de igual modo do caos da crise. Como o artigo mencionava, seria necessário “algumas grandes mudanças na taxa de câmbio, mais umas poucas quedas da bolsa e provavelmente um ou dois colapsos” antes de os políticos aceitassem a Phoenix e cedessem o poder monetário a uma autoridade mais alta. O The Economist até sugeriu uma data de início: 2018.[6]
Olhando para a falta de gerenciamento monetário por parte dos governos, um problema que parece ser uma praga em cada estado-nação, o artigo sugeriu um rearranjamento radical: As tomadas de decisão ao nível dos países, sob a Phoenix, desapareceriam sob um banco central mundial.
“Não haveria uma tal coisa, por exemplo, como política monetária nacional. O suprimento mundial de Phoenix seria fixado por um novo banco central, descendendo, talves do FMI. A taxa de inflação mundial – estaria a seu cargo. Cada pais poderia usar impostos e gastos públicos para corrigir quedas temporárias da demanda, mas teria que pegar emprestado ao invés de imprimir dinheiro para financiar seu déficit orçamentário. Sem recorrer à taxa de inflação, governos e seus credores seriam forçados a julgar mais cuidadosamente seus planos de tomar emprestado e emprestar, do que o fazem hoje. Isso significa uma grande perda de soberania econômica, mas as tendências que tornam a Phoenix tão apelativas tiram a soberania em qualquer crise”.[7]
Mais recentemente Robert Mundell – o “pai do euro” – tem estado a viajar à volta do mundo fazendo palestras sobre a esperada criação de uma nova moeda internacional chamada DEY, uma combinação do dólar, euro e yen. A crise, Mundel compreendeu, abrirá esta porta.
“A reforma monetária internacional normalmente se tornará possível somente em resposta a uma necessidade sentida e à ameaça de uma crise global.”[8]
Este ganhador do Prêmio Nobel também apontou seu dedo para um possível evento intrigante, dizendo que “a crise global teria que envolver o dólar,” e que uma moeda mundial deveria ser vista como “uma contingência” para um desastre global do dólar.[9]
E Benn Seil, o Diretor de Economia Internacional do Conselho de Relaões Internacionais, sugeriu uma recriação do sistema financeiro mundial à volta de três moedas – o dólar Americano, Euro, e uma nova unidade monetária Asiática. Steil concluiu que o ponto de união para que isto se desenvolva seria uma maior avalanche envolvendo o dólar Americano.[10]
Crise, em relação às moedas regionais e mundiais, têm sido destacadas em duas edições anteriores da Forcing Change. Mas precisaria ser reiterado aqui. Por que? Porque hoje, durante todas as horas dos jornais, temos ouvido falar mais sobre a emergência financeira global.
E crise é igual a oportunidade.
Para além do óbvio, as riquezas serão perdidas e ganhas em uma base diária durante esta calamidade, alguns aspectos maiores deste quadro precisam ser brevemente considerados.
1. Veja como os cenários monetários regionais e mundiais se tornam gradativamente aceitáveis. Isto será igualmente mais evidente e mais estreitamente focalizado entre os acadêmicos e nos círculos financeiros. Contudo, você pode ver essas idéias em alguns editoriais de jornais e outros meios. De fato, ao nos aproximarmos de 2010, veja como a mídia de negócios começa a focalizar no bloco monetário que está se desenvolvendo na região do Golfo Pérsico.
2. Sugestões para reconstruir a casa financeira mundial. Na verdade, isto já está acontecendo. Considere o seguinte, retirado de uma divulgação recente das notícias da Bloomberg,
“O Primeiro Ministro Italiano Silvio Berlusconi disse que os governos deveriam fechar os mercados financeiros uma vez que o congelamento do crédito bate nos mercados e ameaça uma recessão global.´
“Uma vez que as igualdades sofreram sua pior semana desde os anos setenta, Berlusconi disse em Nápoles, Itália, que os mercados devem ser fechados enquanto os criadores de uma política reescrevem as regras internacionais das finanças.´
“As discussões foram reveladas enquanto os ministros das finanças e os diretores dos bancos centrais do Grupo dos Sete buscavam uma frente unida objetivando prevenir a crise. Entre as opções: Aumentar as taxas dos fundos nos bancos com perdas e garantir o empréstimo entre eles e seus depósitos.´
“´Não fazer nada não é uma opção neste estágio.´ O presidente do Bundersbank (banco central alemão) Axel Weber disse aos repórteres em Washington. A ministra das finanças francesa, Christine Lagarde disse ‘uma base coordenada é a única forma de reagir à situação.´
“Um corte sem precedente das taxas e um socorro aos bancos falharam em impedir o pânico nos mercados, colocando os governantes sob a pressão de injetar mais recursos financeiros hoje, ou arriscar exarcebar a turbulência econômica e financeira.´
“´A gravidade da situação atual está presente na mente e disposição dos governantes,´disse Charles Diebel, chefe das estratégias de taxas Europeias no Nomura International Plc, em Londres. ´ [11]
Mantenha seus olhos na Ásia, especialmente na China e Índia, bem como, na América do Sul e na região do Golfo Persa. Enquanto a riqueza e influência econômica diminuem nos mercados da América do Norte, outras partes do mundo com mais população vibrante irão crescer em poder.
Uma palavra final de encorajamento a respeito de José (Adicionado por Berit). No meio das rápidas mudanças de hoje, Deus continua no controle. Enquanto esta crise global nos impele para uma solução global pré-definida – um sistema econômico mundial que permite pouca liberdade para quem discorde – Deus usará os tempos difíceis à frente para Seus propósitos eternos, assim como Ele fez com José: Gênesis 50:15-21
Referências:
1. Albert G. Mackey, An Encyclopædia of Freemasonry, Volume 2, (Masonic History Company, 1917), p.537.2. Philip C. Bom, The Coming Century of Commonism: The Beauty and the Beast of Global Governance (Policy Books, 1992), pp.27-53.3. See, Reshaping the International Order: A Report to the Club of Rome (E.P. Dutton, 1976), p.4. The oil crisis and OPEC’s role in third-worldadvocacy played a monumental part in setting the stage for this movement. For more on this development, see Jean-Jacques Servan-Schreiber,The World Challenge (Simon and Schuster, 1980).4. Ibid, pp.126-134.5. Ibid, p.110.6. Cover story, “Get Ready for the Phoenix,” The Economist, January 9, 1988.7. Ibid.8. Robert Mundell, “A Decade Later: Asia New Responsibilities in the International Monetary System,” presentation given in Seoul, SouthKorea, May, 2-3, 2007.9. Ibid.10. Benn Steil, “The End of National Currency,” Foreign Affairs, May/June 2007.11. “Berlusconi Says Markets May Be Shut; G-7 Seeks United Remedy,” Bloomberg.com, October 10, 2008
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
A Crise Iminente
Respondendo aos discípulos sobre quando aconteceriam os eventos que acabara de descrever e que sinais haveriam da Sua vinda e do fim de todas as coisas, Jesus misturou dois eventos distintos, mas descreveu duas grandes crises: Uma dizia respeito à destruição de Jerusalém e do reino de Israel e a outra, à conflagração final quando o Senhor Se levantará do Seu lugar para punir o mundo por sua iniqüidade. “Todo esse discurso foi dado, não para os discípulos somente, mas para os que haveriam de viver nas últimas cenas da história terrestre.” – DTN, 627.
Não acredito que alguém possa duvidar de que esses “que haveriam de viver nas últimas cenas da história terrestre” somos nós. As cenas que estão se passando diante de nossos olhos dão testemunho disso e deveriam nos fazer despertar.
Ao advertir os Seus discípulos e a nós, da crise que sobreviria ao mundo, Jesus pretendia que houvesse o devido preparo para que ela não nos surpreendesse, pois Ele sabia que os homens, usurpando sua autoridade, pensariam poder forçar a consciência de seus semelhantes até um limite que não poderiam transpor, quando então Deus Se levantará a favor de Seu povo leal.
Por meio de Seus servos no passado, Deus deu uma última oportunidade ao povo judeu para se arrepender. Muitos foram presos, julgados, condenados e mortos para dar testemunho da Palavra de Deus.
Do mesmo modo hoje, Deus nos chama para levantarmos a voz advertindo sobre a última crise que sobrevirá ao mundo “antes que venha o grande e terrível dia do Senhor.” Joel 2:31 “Pois haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem haverá jamais”. Mat. 24:21
“Os que aguardam o Senhor, purificam a alma pela obediência da verdade. Com a vigilante espera, combinam ativo serviço. Como sabem que o Senhor está às portas, seu zelo é avivado para cooperar com as forças divinas para salvação de almas. Estes são os sábios e fiéis servos que dão ‘o sustento a seu tempo’ à casa do Senhor. Estão declarando a verdade especialmente aplicável a este tempo. Como Enoque, Noé, Abraão e Moisés, cada um declarou a verdade para seu tempo, assim hão de os servos de Cristo agora dar a especial advertência para sua geração.” DTN, 633
“Tudo no mundo está em agitação. Os sinais dos tempos são cheios de presságios. Os acontecimentos por vir projetam sua sombra diante de si. O Espírito de Deus está sendo retirado da Terra, e calamidade segue-se a calamidade em terra e mar. Há tempestades, terremotos, incêndios, inundações, homicídios de toda espécie. Quem pode ler o futuro: Onde está a segurança: Não há certeza em coisa alguma humana ou terrena. Os homens se estão rapidamente enfileirando sob a bandeira de sua escolha. Aguardam desassossegadamente os movimentos de seus chefes. Há os que estão esperando, vigiando e trabalhando pela vinda de nosso Senhor. Outra classe cerra fileiras sob a chefia do primeiro e grande apóstata. Poucos crêem de alma e coração que temos um inferno a evitar e um Céu a alcançar. ... A crise aproxima-se furtiva e gradualmente de nós.” Idem, 635
Ao fornecer uma visão antecipada dos elementos da crise que sobreviria ao mundo, Jesus pretendeu que Seus discípulos vigiassem em todo o tempo, orando para pudessem escapar de todas as coisas que haveriam de acontecer.
Não acredito que alguém possa duvidar de que esses “que haveriam de viver nas últimas cenas da história terrestre” somos nós. As cenas que estão se passando diante de nossos olhos dão testemunho disso e deveriam nos fazer despertar.
Ao advertir os Seus discípulos e a nós, da crise que sobreviria ao mundo, Jesus pretendia que houvesse o devido preparo para que ela não nos surpreendesse, pois Ele sabia que os homens, usurpando sua autoridade, pensariam poder forçar a consciência de seus semelhantes até um limite que não poderiam transpor, quando então Deus Se levantará a favor de Seu povo leal.
Por meio de Seus servos no passado, Deus deu uma última oportunidade ao povo judeu para se arrepender. Muitos foram presos, julgados, condenados e mortos para dar testemunho da Palavra de Deus.
Do mesmo modo hoje, Deus nos chama para levantarmos a voz advertindo sobre a última crise que sobrevirá ao mundo “antes que venha o grande e terrível dia do Senhor.” Joel 2:31 “Pois haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem haverá jamais”. Mat. 24:21
“Os que aguardam o Senhor, purificam a alma pela obediência da verdade. Com a vigilante espera, combinam ativo serviço. Como sabem que o Senhor está às portas, seu zelo é avivado para cooperar com as forças divinas para salvação de almas. Estes são os sábios e fiéis servos que dão ‘o sustento a seu tempo’ à casa do Senhor. Estão declarando a verdade especialmente aplicável a este tempo. Como Enoque, Noé, Abraão e Moisés, cada um declarou a verdade para seu tempo, assim hão de os servos de Cristo agora dar a especial advertência para sua geração.” DTN, 633
“Tudo no mundo está em agitação. Os sinais dos tempos são cheios de presságios. Os acontecimentos por vir projetam sua sombra diante de si. O Espírito de Deus está sendo retirado da Terra, e calamidade segue-se a calamidade em terra e mar. Há tempestades, terremotos, incêndios, inundações, homicídios de toda espécie. Quem pode ler o futuro: Onde está a segurança: Não há certeza em coisa alguma humana ou terrena. Os homens se estão rapidamente enfileirando sob a bandeira de sua escolha. Aguardam desassossegadamente os movimentos de seus chefes. Há os que estão esperando, vigiando e trabalhando pela vinda de nosso Senhor. Outra classe cerra fileiras sob a chefia do primeiro e grande apóstata. Poucos crêem de alma e coração que temos um inferno a evitar e um Céu a alcançar. ... A crise aproxima-se furtiva e gradualmente de nós.” Idem, 635
Ao fornecer uma visão antecipada dos elementos da crise que sobreviria ao mundo, Jesus pretendeu que Seus discípulos vigiassem em todo o tempo, orando para pudessem escapar de todas as coisas que haveriam de acontecer.
Essa é a nossa maior necessidade, vigiar e orar, para que nenhum sinal de alerta passe despercebido e sejamos tomados de surpresa pela vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Diante dessas declarações surgem algumas questões: Como será possível ultrapassar essa crise? Em que contexto a crise ocorrerá? Quem serão os seus protagonistas? Podemos realmente esperar uma crise tão furiosa e implacável?
Procurando encontrar respostas para essas e outras indagações, iniciei uma pesquisa que culminou em uma série de apresentações que denominei "Seminário Preparação Para a Crise Final", emprestando o nome do livro de Fernando Chaij, cuja leitura recomendo com vigor. Essas apresentações multimídia, reúnem textos inspirados, bem como, referências de acontecimentos históricos e contemporâneos, organizados e ilustrados de forma a permitir uma visão panorâmica da última crise que todos teremos que enfrentar.
Procurando encontrar respostas para essas e outras indagações, iniciei uma pesquisa que culminou em uma série de apresentações que denominei "Seminário Preparação Para a Crise Final", emprestando o nome do livro de Fernando Chaij, cuja leitura recomendo com vigor. Essas apresentações multimídia, reúnem textos inspirados, bem como, referências de acontecimentos históricos e contemporâneos, organizados e ilustrados de forma a permitir uma visão panorâmica da última crise que todos teremos que enfrentar.
(Dado o momento atual, julguei oportuno disponibilizar imediatamente a segunda parte deste Seminário. Você poderá copiá-la para seu computador, clicando na imagem abaixo. A sua distribuição e utilização é completamente livre. Oportunamente disponibilizarei aqui as demais apresentações, assim como, outros textos relativos ao tema do blog.)
Que as palavras de Jesus possam ser para nós motivo de alerta.
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